14.12.13

Polida

Em meio à profunda angústia, abriu a torneira e permaneceu estática, observando o fluxo. Após alguns instantes, pegou a esponja, o detergente e lavou a louça, com todo cuidado, deixando correr água em abundância.

Aquela era sua fuga. Pensava que ninguém faria uma loucura depois de lavar a louça: pareceria estúpida quando encontrassem o corpo.

4.11.13

Audiolivro Colcha de Retalhos no Cultura - Jornal Angolano de Letras e Artes

O projeto de criação coletiva do audiolivro Colcha de Retalhos, voltado à acessibilidade de pessoas com deficiência visual ou dificuldade para a leitura, ganhou espaço no jornal Cultura - Jornal Angolano de Letras e Artes, através de uma crônica da escritora Luísa Fresta.

Para conferir o texto, acesse o seguinte endereço:
http://pt.scribd.com/doc/180966049/42-CULTURA-XLII-HISTORIAS-PARA-OUVIR


Para participar do projeto do audiolivro, basta selecionar um ou mais textos do livro, que está disponível gratuitamente AQUI, gravar sua interpretação em áudio e enviar para rodrigodomit@gmail.com


Estou contando com a colaboração dos amigos e leitores para compor uma bela colcha de vozes e sotaques!

A lista de textos que ainda não foram gravados encontra-se no seguinte link:
http://livrocolchaderetalhos.blogspot.com.br/2013/10/audiolivro-colcha-de-retalhos-em.html

11.10.13

4º Prêmio TOC 140 - Poesia no Twitter

A poesia Ímpeto foi selecionada para compor a coletânea do 4º Prêmio TOC 140 - Poesia no Twitter.

Após um longo período sem participar de concursos literários, resolvi me inscrever neste, organizado pela FLIPORTO, porque todo ano eles publicam um livrinho bem bonito e muito bem produzido pela editora Carpe Diem.

Para conferir a poesia selecionada, acesse:

Para conferir a lista dos 100 poemas que vão compor a coletânea, acesse:

28.9.13

Fluxo

O rio das memórias
percorre os vales do tempo

mas desemboca, inevitável

nos mares do esquecimento

18.8.13

Promissória

Toda promessa
tem outra face

- tal qual moeda
de troca

Toda promessa
carrega nas costas

uma cobrança compulsória

17.8.13

Ímpeto

Aquela paixão
- todos diziam
era atraso de vida


o que ninguém sabia

é que não tenho pressa







2013 - Selecionada no 4º Prêmio TOC140 de Poesia no Twitter - Festa Literária Internacional de Pernambuco - Olinda - PE;

14.8.13

Mensagem recebida pelo Facebook


"Estou morando em Porto Alegre faz um tempo e nos ônibus aqui existem poesias coladas nas janelas...e eu sempre fico lendo-as

Semana passada e hoje, inclusive, peguei um ônibus com uma poesia que acredito ser sua... pelo menos estava assinado Rodrigo Domit... hahaha

Chamava Irremediável...

Achei muito bonita e alegrou o dia :) parabéns."


Eliz Lazarini, de Porto Alegre - RS, cidade em que é realizado anualmente o concurso "Poemas nos Ônibus e nos Trens"

11.8.13

Redentor

Capturado pelos soldados, pagou com a vida por pecados alheios

Depois de três dias, não havia qualquer sinal do corpo - nenhuma notícia

A família continua buscando respostas







* Este texto foi rabiscado no caderninho quando eu ainda estava morando no Rio. Ao passar a limpo as anotações, fiquei até confuso, pois foi impossível não relacioná-lo ao caso mais recente, do pedreiro Amarildo, "desaparecido" pelos soldados da PM na Rochinha.

6.8.13

Veredas

Caminhava a passos vagos
por noites esquecidas

e para marcar a trilha
- e retornar durante o dia

deixava pra trás um rastro

de migalhas do passado

24.7.13

Tributos

Guarde contigo
entre os dedos

bem contido
- como segredo

o ouro de que nos priva


Na barca de Caronte

pagará
- por teus pecados

o excesso de bagagem

20.7.13

Rituais de passagem

Caros amigos, parceiros e leitores

Este espaço anda meio abandonado porque estou passando por alguns rituais de passagem. Entre mudança do Rio de Janeiro para Jaraguá do Sul - SC, mudança de emprego - agora em uma instituição de ensino - e outros tantos deslocamentos no sentido concreto e abstrato, estou aproveitando meu tempo para repensar meus rumos literários e digerir as tantas referências e experiências deste momento e dos últimos anos no Rio de Janeiro.

Por isso, estou escrevendo bem pouco e não estou participando de concursos literários (até mandei um poema para o Poemas no Ônibus de Porto Alegre, pois é um dos concursos de que mais gosto, mas, sinceramente, não estou muito esperançoso).

Estou certo de que estas mudanças são grandes oportunidades de aprendizado e crescimento e, logo mais, retornaremos à programação normal.


Abraços,
R. Domit

15.7.13

Viajante

Trago nas mãos um mapa
de cento e sete cidades

- fundidas em uma metrópole


Na mochila, coleções
de tantos rostos e nomes

- que nunca, nunca se completam


No bolso de trás, um livro
com todas as histórias

- que ninguém vai escrever


E, por fim, embrulhadas em jornal, conservas
de momentos preciosos

- para saciar a tristeza
nas noites mais longas do inverno

6.7.13

O último choro

O brilho dos teus olhos

tal gota de orvalho
que escorre

- pelos veios da folha

e atira-se ao chão

28.4.13

23.4.13

Apreensivo

Envolto num casulo

receio se seda
- ou teia

Interrogado,
respondo:


Não temo nada


salvo

quando estou ao teu lado

21.4.13

III Concurso de Poesias Revista Literária

A poesia Minimalismo foi uma das selecionadas para publicação pelo III Concurso de Poesias Revista Literária, organizado pela Revista Literária, de Brasília, em parceria com a Editora Scortecci.

Para conferir a lista de autores selecionados, acesse o blog Concursos Literários.



***



Minimalismo


Papelão sobre tela
jornal sobre calçada

Muito pouco
sobre quase nada

A dura arte de sobreviver

5.4.13

Cerimônia do V Prêmio Canon de Poesias


Amanhã estarei em São Paulo para o lançamento da coletânea do V Prêmio Canon de Poesias.

A cerimônia de lançamento do livro e entrega dos prêmios acontecerá neste sábado, dia 06 de abril, das 10h às 12h, no Espaço Café do Museu da Língua Portuguesa, dedicado à valorização e difusão do nosso idioma.

Há alguns anos estive em São Paulo e visitei o espaço, que na época contava com uma exposição sobre a obra de Guimarães Rosa. Será um prazer retornar a este templo para uma cerimônia em que serei homenageado, juntamente com outros 49 escritores - entre os mais de 3000 inscritos, pela seleção de uma de minhas poesias para compor a coletânea do certame.

31.3.13

Frágil

Não era um sorriso amarelo
- tampouco branco

tinha cor de porcelana antiga

e era tímido
- contido

como se fosse frágil

25.3.13

Juízes-penitentes

A luta de classes

se dá entre as faces
da mesma moeda







Dica de leitura:
Albert Camus - A queda

23.3.13

Geometria do discurso

Nos debates cotidianos
eis o que tenho notado:

os círculos
[sociais]
estão cada vez mais quadrados







Dica de leitura:
Roland Barthes - Aula

22.3.13

Sincronia

Em ritmos distintos
caminhávamos nos afastando

Entretanto, após algum tempo
tendemos a nos encontrar

- nas horas exatas

em momentos marcados

tal qual ponteiros
tiquetaqueando
no mesmo relógio

21.3.13

Segregado

Neste mundo ensandecido

para ele,
o maior perigo:

apaixonar-se


por outro menino

18.3.13

Decomposto

Produzia uma prosa ácida
- corrosiva


E com o tempo
ao dissolver-se

não restariam quaisquer traços

14.3.13

Carrasco de sandices

Mantenho centenas encarceradas
em espaço diminuto

umas mortas há tempos
e outras que ainda gritam

muitas desesperadas
algumas, esperançosas

de um dia sair do bloco

do caderno de anotações
- calabouço de inspirações

13.3.13

Ribeirinho

Da porta de seu casebre
protestava, ainda perplexo:

E essa gente estudiosa
- com diploma e tudo mais

vem me dizer agora
sem nem vergonha na cara

que há um nível tolerável

de merda na minha água

10.3.13

Tão perto, tão longe

- Aquele copo estava meio suspeito. Eu tive um mau pressentimento, mas estávamos em uma festa, entre amigos, o que podia dar errado?

Aqueles olhos ariscos fitaram-me pela primeira vez após meses

- Tudo... deu tudo errado. Aquele nojento! Desgraçado...

As lágrimas começaram a jorrar em abundância. Levantei-me para abraçá-la e, de imediato, fui repelido por um gesto brusco. Ela recolheu-se a um canto do sofá. O silêncio da sala tornou-se denso. O espaço entre nós, um deserto.

8.3.13

Flor do dia

A inegável beleza e a aparente delicadeza das flores contrasta com a força que estas têm para eclodir, contra toda resistência da terra, para desabrochar, para florescer e para germinar

E é com esta intenção e discurso que, neste dia de luta e luto, dedico flores às mulheres que fazem parte da minha vida

Em especial a Dolores Domit, Camila Domit, Priscila De Souza Domit e Sabrina Vaz

28.2.13

Obsoleto

Os frequentes atrasos e esquecimentos do antigo capelão já vinham provocando comentários desdenhosos pelas ruas e praças, mas, ainda assim, todos queriam proteger aquele símbolo secular.

Apesar dos protestos por toda a cidade, trocaram o velho sino de bronze por um equipamento eletrônico, programado para soar nas horas exatas, ditando o ritmo dos fiéis e do comércio. A centenária peça de bronze, no entanto, permaneceu na torre, pois, além da dificuldade para removê-la e de toda a história que representava, ela era um atrativo para os turistas que esporadicamente apareciam por lá.

De início, o responsável por manter a tradição, que não se pronunciou em qualquer das reuniões sobre a substituição, parecia estar aliviado do fardo de sua função. Mas, naquele domingo, durante a missa, começaram as badaladas incessantes.

Ante o presságio de uma tragédia, interrompemos a celebração e subimos pela escadaria em espiral, enquanto ainda ecoavam pela torre aqueles sons estridentes, agora mais esparsos. Ao chegarmos ao topo, desabamos em lamentos após notar, entre as cordas do badalo, os pés suspensos.

27.2.13

Provento

Ele virou palhaço

mas era pouco ambicioso

inflava, orgulhoso

ao conquistar um riso fácil

25.2.13

Ressaca

Nadava em esquecimento

mas submergia
- de tempos em tempos

nas águas turvas
- de memórias difusas

gerando redemoinhos
- em sonhos intranquilos

24.2.13

V Prêmio Canon de Poesia

A poesia Sitiada foi selecionada para compor a antologia do V Prêmio Canon de Poesias, organizado pela Fábrica de Livros (do grupo editorial Scortecci), em parceria com a Canon do Brasil.

O resultado foi publicado no dia 8 de fevereiro. No entanto, demorei algum tempo para conseguir descobrir qual poesia eu havia inscrito neste certame.

Desde 2008 eu participo deste concurso, que foi um dos primeiros com processo de inscrição através de formulário em site (que poupa muito esforço e papel), e até então não havia conseguido emplacar nenhuma seleção. De acordo com os organizadores, esta edição recebeu quase 3000 inscrições; e eu fico muito honrado por estar entre os 50 autores selecionados!

21.2.13

Livro constrói ponte literária entre BH e Rio de Janeiro

O Coletivo 21 está concluindo a construção da sua primeira ponte literária. Trata-se da antologia Prosa na Ponte Rio-BH (inédito), conjunto de contos em que as cidades de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro são cenários ou personagens das obras.

Treze autores do Coletivo 21 e o escritor português Cunha de Leiradella (que morou mais de quarenta anos no Brasil, em BH e no RJ, antes de retornar à terra natal, na Serra do Gerês) formam o time de escritores com textos sobre a capital mineira. São eles: Adriano Macedo, Antonio Barreto, Branca Maria de Paula, Caio Junqueira Maciel, Carlos Herculano Lopes, Cláudio Martins, Cunha de Leiradella, Dagmar Braga, Francisco de Morais Mendes, Jeter Neves, Leo Cunha, Luís Giffoni, Ronaldo Guimarães e Sérgio Fantini.
Escrevem sobre o Rio de Janeiro, os escritores Alexandre Brandão, Catarina Pereira, Cristina Zarur, Deonísio da Silva, João Paulo Vaz, Leila Míccolis, Lídia Santos, Marcelo Moutinho, Mariel Reis, Marlene de Lima, Nelson Vasconcelos, Rodrigo Domit, Vário do Andaraí e Sérgio Sant’Anna. Este último participa da antologia com a o texto A mudança do poeta, uma prosa poética sobre a mudança do autor de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro na sua juventude.

“Como o próprio nome sugere, a ideia foi construir a primeira ponte literária do Coletivo 21 com escritores de outra cidade, criando um panorama contemporâneo sobre as cidades em que os autores residem”, informa o jornalista e escritor Adriano Macedo, organizador do livro. E por que o Rio de Janeiro? “Foi um traçado que surgiu naturalmente. Em 2011, ano em que o Coletivo 21 foi criado, estive no Café Lamas, no Flamengo, com um grupo de escritores cariocas e mineiros residentes na cidade, já com a ideia de desenvolver algum projeto em conjunto”, explica Adriano Macedo.


Ainda em 2011, o grupo lançou sua primeira antologia, Coletivo 21 (Autêntica Editora), selecionada pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE 2012). A segunda, Adolescência & Cia (Editora Miguilim), foi organizada pelo jornalista e escritor Jorge Fernando dos Santos e publicada no ano seguinte. A terceira, Poemas para cantar e dançar (inédita), foi organizada pelos escritores Leo Cunha e Neusa Sorrenti.


Fonte:
http://www.coletivo21.com.br/livro-constroi-ponte-literaria-entre-bh-e-rj/

19.2.13

Apreendidos

São pássaros da mesma espécie
- quase idênticos

diferenciam-se apenas
por um ponto bem específico:


voam livres as poesias

enquanto cantam
- em gaiolas

os poemas

16.2.13

Quando decidi virar escritor

Como em toda área, há todo um processo que leva à formação e ao conhecimento de si mesmo e da profissão, mas o dia da decisão, este fica marcado.



No dia 3 de dezembro de 2007, recebi a notícia de que meu conto Dedicatória havia sido selecionado para compor a antologia do 17º Concurso de Contos Luiz Vilela, que foi um dos mais tradicionais, renomados e disputados certames do gênero no país.

Admito que, quando me inscrevi, e até mesmo quando recebi a notícia por um telefonema da Fundação Cultural de Ituiutaba, eu não tinha a dimensão do que significava aquela conquista. A ficha começou a cair quando a Gisele Pacola, escritora de Curitiba, me ligou aos berros, falando que eu estava na lista de selecionados de um grande concurso (ela usou outros termos, mas, vá lá, o sentido era esse!) ao lado da Luci Collin, que é uma referência da literatura de Curitiba - cidade onde nasci e na qual morei de 2002 a 2008.

Na época, o jornal Gazeta do Povo até deu destaque para a seleção de quatro curitibanos entre os dez selecionados. Na edição de 5 de dezembro, consta a nota ao lado.

Quando descobri que havia, então, um veio de qualidade nos meus textos, decidi que eu devia me dedicar mais à escrita, que eu queria me tornar um escritor. E foi nessa época, em meio a frequentes exercícios literários, que escrevi meu primeiro livro, o Colcha de Retalhos, que no ano seguinte foi finalista do Prêmio SESC de Literatura; em 2010 foi vencedor do Prêmio Utopia; e, quatro anos depois daquela premiação, daquela decisão, no dia 4 de dezembro de 2011, foi lançado no Rio de Janeiro.


Ecos da conquista

Muitos anos depois, ainda repercutia aquela premiação: no ano passado fui informado pelo professor Rauer Ribeiro Rodrigues, da UFMS, que o conto Dedicatória, descoberto através daquele concurso, é utilizado como exemplo na matéria Poética do Conto, ministrada para os alunos do mestrado em Letras.

Por conta da premiação, ainda vim a conhecer os escritores Whisner Fraga, Homero Gomes, Geverson Bispo Rodrigues e Alexandre Nobre - além da Luci Collin - que hoje são caros e respeitados amigos.





ps: este momento é distinto do momento em que decidi começar a escrever mais, ainda sem qualquer pretensão, por conta da descoberta dos textos do grande escritor uruguaio Eduardo Galeano (esse fica para outra postagem!).

14.2.13

Faça pouco, mas faça bem

Há poucos dias, informei por aqui que um texto meu foi publicado no jornal Correio Braziliense.

Esta semana, pelas mãos do amigo Danniel Ferreira, recebi um exemplar do jornal e pude me deparar com a generosidade do diagramador do jornal com meu texto, que foi impresso em letras garrafais.

Confiram abaixo um recorte da página 4 do caderno Diversão & Arte de 22 de janeiro de 2013:


Clique na imagem para ampliar



Destaco, como curiosidade, que ao lado do texto, no horóscopo do meu signo (capricórnio), consta a seguinte frase:

"Faça pouco, mas faça bem, importa muito mais a qualidade do que a quantidade..."

Para quem busca a concisão na literatura, esta coincidência soa quase como um elogio!

9.2.13

Ainda sobre o Prêmio Top Blog

Após a premiação no Top Blog, encaminhei um breve release para veículos de imprensa e organizadores de concursos literários, com o intuito de tornar o blog mais conhecido pelo público em geral.

Seguem abaixo algumas das publicações sobre a cerimônia:


Coordenação do Livro e Leitura de Porto Alegre


Falando de Literatura


Coruja Cultural


Apaixonada por Livros


Fato Agenda

1.2.13

Retrato falado

Era assustadoramente comum: não havia qualquer traço marcante; uma cicatriz que fosse, olhos faiscantes ou muito opacos, um tique, trejeito - nem ao menos um tom de voz ou respiração brusca que levantassem suspeitas

Havia apenas uma maldade incerta, dessas que se encontra em qualquer um

Concursos Literários na Folha de São Paulo

ADRIANA FARIAS
Colaboração para a Folha de São Paulo


Publicado no caderno FOLHATEEN de 28/01/2013


Aquela redação escrita na sala de aula ou a poesia rabiscada numa noite em claro podem ganhar visibilidade por meio de concursos literários, capazes de dar o pontapé inicial na carreira de quem quer virar escritor.

No ano passado, ao menos 312 concursos de poesias, contos, romances e crônicas foram abertos no Brasil, segundo mapeamento do escritor Rodrigo Domit, 28, criador do blog concursos-literarios.blogspot.com.

"Viabilizar uma obra para um autor iniciante é caro, por isso os concursos são a melhor opção", afirma.


Para ler a matéria completa, clique AQUI.

31.1.13

Prêmio Top Blog

No último sábado, dia 26 de janeiro, fui a São Paulo para a cerimônia do Prêmio Top Blog. Admito que havia criado certa expectativa em relação ao resultado, mas que não teria comparecido ao evento se meu irmão não morasse por lá - dessa forma, eu poderia matar as saudades, desfrutar da companhia e comparecer à cerimônia.

Até porque a equipe do blog tem mais de um terço dos seus membros na cidade de São Paulo ou em cidades relativamente próximas: Joaquim Antonio (São Paulo - SP), Amanda Reznor (São Paulo - SP), Ana Carolina Alencar (São Bernardo do Campo - SP), André Telucazu Kondo (Jundiaí – SP), Rosana Banharoli (Santo André - SP) e Joel Garcia da Costa (Itatiba - SP). Se eu não fosse, o blog estaria muito bem representado - tanto que fui acompanhado por Joaquim, Amanda, André e Ana Carol.

No final das contas, teria me arrependido se não tivesse comparecido ao evento. E segue abaixo o motivo:


Além da premiação, fiquei muito feliz por rever alguns e por, enfim, conhecer pessoalmente outros membros da equipe do blog e, acima de tudo, amigos:

André Kondo, eu, Amanda Reznor, Ana Carol Alencar e Joaquim Antonio

30.1.13

Manifesto

Meus poemas são respostas

- admito, sem receio -

a reles perguntas retóricas

25.1.13

A nação da triste figura

E que não se espere
nada além da utopia

de um povo quixotesco

que surgiu heroicamente

bradando contra um rio de águas calmas

24.1.13

Memórias no Correio Braziliense

Tive uma bela surpresa nesta semana.

Na quarta-feira, fui informado pelo Giovani Iemini, escritor de Brasília, que um texto meu havia sido publicado no caderno Diversão & Arte do Correio Braziliense, jornal de maior circulação na região centro-oeste do país.

O texto em questão leva o título Memórias e está na página 50 do Colcha de Retalhos.


Segue abaixo a digitalização do jornal:



20.1.13

Dissimulado

O tempo segue

mas quando olho pra trás

por um instante

ele para
- disfarça







* trecho de minha autoria da poesia coletiva resultante do encontro anual do pessoal da comunidade concursos literários.

17.1.13

14.1.13

O grande domador

O dono do circo, ao perceber que os animais andavam meio desanimados, por terem sido da floresta retirados – e porque agora não conseguiam mais perceber e coletar os frutos de seus esforços, sabiamente repetia, de jaula em jaula, noite e dia, o lema que assim dizia:

– O trabalho dignifica o urso!

– O trabalho dignifica o leão!

– O trabalho dignifica o primata!

Em pouco tempo, os animais já haviam assimilado o ditado e, na porta do circo, os candidatos formavam fila: queriam trocar a insegurança da selva por um emprego fixo, uma jaula de janelas gradeadas e, vez ou outra, um bom prato de comida.

9.1.13

8.1.13

Réquiem para uma tia distante

Tia Isabel era uma cabecinha gorda sob um chapéu demasiado pequeno. Nas raras reuniões de família, falava pouco, sentava longe e nunca saía na primeira fila das fotos - nunca foi protagonista, nem quis ser.

Quando ela desapareceu, ninguém conseguiu encontrar uma boa foto de rosto para entregar à polícia e espalhar pelas redes sociais e e-mails dos amigos e conhecidos.

O corpo só foi encontrado depois de dias e, devido ao estado em que estava, fez-se o velório de caixão fechado. Havia apenas uma janelinha, através da qual se via o rosto - desfocado por um véu; bem como eu me lembrava.

6.1.13

Nenhuma luz

Inspirado por Huxley, Orwell e Bradbury, queria criar em seus escritos uma sociedade distópica.

Encontrou, no entanto, uma grande dificuldade: não conseguia imaginar, por mais que se esforçasse, algo muito pior do que a presente realidade.

5.1.13

Desapego

A floreira que emoldura
a mirada dos andarilhos

a fruta que amadurece
pra alimentar os passarinhos


poesia é semente que se planta

sem ter pretensão de colher

4.1.13

Incorrigível

Quebrou-se a confiança

e não havia remendo
que suportasse inabalável

o peso da suspeita

3.1.13

Intragável

Ele abriu o novo tablete e colocou sobre os restos da manteiga velha que resistiam no fundo da manteigueira, já arados pela faca de serra. Sabe-se lá há quanto tempo vinha fazendo isso.

Ela tentou comer, mas deixou a torrada no prato e o afastou sutilmente em direção ao centro da mesa. Tentou distrair-se lendo o jornal, mas ao tentar virar as páginas sentia como se estivesse com as pontas dos dedos oleosas, rançosas.

Quando ele levantou, já atrasado, e tentou beijá-la, o afastamento brusco, com o rosto virado para o lado, foi inevitável. O casamento acabou, de fato, naquele instante.

2.1.13

4º Prêmio Literário Sérgio Farina


A poesia Sitiada foi selecionada no 4º Prêmio Literário Sérgio Farina, organizado pelo Centro Cultural José Pedro Boéssio, instituição de São Leopoldo - RS.

O resultado saiu no dia 20 de dezembro, mas só agora tive condições de publicar o texto e esta breve nota.




Se quiser ler a poesia, basta acessar o seguinte endereço:

Sitiada

As primeiras folhas secas
crepitavam no fogo baixo

A fumaça, escura e densa
tomava forma de presságios

- o inverno encerrou a trégua -

E as portas tremulam
- reverberam irritadiças
pela iminente violência

Em breve marchará
- o exército do desespero
sobre as ruínas da consciência







Menção honrosa no 4º Prêmio Literário Sérgio Farina - Centro Cultural José Pedro Boéssio - São Leopoldo - RS

1.1.13